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Origens do Reino do Kôngo.
Consoante à bibliografia e a tradição oral.
Prof. Dr. Patrício Batsikama (Angola)
 
Origens do Reino do Kôngo consoante a bibliografia e a tradição oral, escrito pelo historiador angolano Patrício Batsîkama, brinda-nos com a versão dos cronistas europeus, cujas narrativas são detalhadamente analisadas (Rui de Pina, Filipo Pigafetta/Duarte Lopez, Olfert Dapper, Antônio Cavazzi, Antônio Cadornega, Bernardo de Gallo, Raimundo Dicomano). O autor se debruça sobre as pesquisas do século XX, especialmente aquelas produzidas a partir dos “trabalhos de campo” Jean Van Wing, Jean Cuvelier, Emanuel Karl laman, George Balandier, Jan Vansina, Ndinga-Mbo, Rui de Sousa Martins, Luc de Heusch. Ao retomar a origem do Reino do Kôngo de acordo com a Tradição Oral, o historiador enumera as versões das “tradições verbais” recolhidas pelo próprio autor, a partir de cerca de trezentas testemunhas, dividindo-as em duas grandes memórias históricas, as “doze fontes ! uviais da origem de Mbânz’aKôngo” e as “doze famílias de Mbânz’aKôngo”. A partir do “método paremiológico”  o autor apenas reforça as análises sobre o mito, o provérbio e o rito (língua e oralidade). Para Batsîkama, de um modo geral, as populações que fundaram os Estados federativos do Kôngo, cuja origem simbólica não seria outra do que Mbânz’aKôngo, vieram de todas as direções, sendo as mais antigas as meridionais, seguidas das migrações orientais e setentrionais. Tal foi a pesquisa que lhe durou, segundo o autor, toda a juventude (1994-2011), e, sem dúvida, já significa notável contribuição à História de Angola e, consequentemente, à história de uma das regiões do continente que mais impactou a história do Brasil, desde o início da modernidade atlântica, a assim chamada África centro-meridional.
 
Apresentação escrita pelo Prof. Dr. Elio Chaves Flores
Professor de História da África Contemporânea
NEABI – Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas
Universidade Federal da Paraíba